Nas últimas semanas, pela primeira vez em muito tempo, abri publicamente os bastidores da minha vida. Compartilhei um pouco sobre os porquês e o que está por trás de tudo que eu faço. Escrevi sobre minha rotina, sobre as decisões silenciosas, sobre o que acontece quando ninguém está olhando. Ao invés de falar sobre negócios, falei sobre mim e sobre minha maneira de pensar e viver.
Foi um movimento instintivo. Escrevi sem roteiro, sem planejamento editorial, sem intenção de formar a sequência que acabou virando. E, relendo tudo que escrevi, ficou claro: não era sobre ensinar. Era sobre me lembrar. Até poucos anos atrás, eu costumava escrever para mim mesmo. Mas essa prática foi sendo sufocada pelo meu dia a dia.
Voltar a escrever, e dessa vez para que qualquer um pudesse ler, me ajudou a organizar meu próprio pensamento. Trouxe clareza sobre a direção que eu precisava seguir. E me trouxe algo essencial: eu precisava fazer novas escolhas. Com mais coerência. Com mais coragem.
“Leia o livro interior, nós escrevemos o nosso livro interior todos os dias de nossas vidas, mas nós nunca lemos este livro.” - David Goggins
Escrever me ajudou a me reconectar comigo mesmo. Percebi que entrei em um novo ciclo. Um ciclo de lucidez. Um ciclo de lembranças, de reordenação e, principalmente, de reconexão. Escrever sempre me ajudou a ter clareza sobre quem eu sou e quem eu decidi me tornar. E, principalmente, o que não estou mais disposto a tolerar, sustentar… enfim, o que eu não quero que faça mais parte da minha vida.
Crescimento exige escolhas. E toda escolha tem um preço.
Durante anos, construí empresas, liderei times, entreguei resultados. Mas deixei partes importantes de mim pelo caminho. Apaguei incêndios que não eram meus. Sustentei vínculos que já não faziam sentido. Confundi intensidade com direção. E é disso que essas publicações falam.
Falam de um sistema de trabalho que começou com a decisão de parar de viver no improviso, assumindo responsabilidades que nunca foram minhas. De um processo de reconstrução que exigiu que eu parasse de terceirizar o caos e começasse a me responsabilizar, em especial, pelas escolhas que sempre me levaram ao limite.
“Até você se tornar consciente, o inconsciente vai dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destino.” - Carl Jung
Até aqui, falei sobre foco e tentação de abraçar tudo ao mesmo tempo. Falei sobre priorização e as consequências de escolher as batalhas erradas. Falei sobre hábitos, disciplina e autocontrole, e que toda escolha tem um preço e que ter uma vida equilibrada é apenas uma ilusão. Falei sobre a mentalidade do crescimento e sobre como é preciso reconhecer que aquilo que nos trouxe até aqui não é o que vai nos levar adiante. O próximo nível exige outro tipo de clareza, outra mentalidade, outro sistema de escolhas. Falei sobre atitude, disciplina e consistência, e que somos a escolha que fazemos todos os dias. Falei sobre tempo, porque perdi tempo demais sustentando relações que já não faziam sentido e como entendi que precisava romper vínculos que já não tinham futuro, mesmo flertando com a culpa e o medo das consequências.
E talvez esse seja o ponto mais difícil de admitir: que mesmo com boas intenções, perdemos tempo. E infelizmente não conseguiremos recuperar esse tempo perdido. Sustentamos ciclos que já se encerraram. Mantemos rotinas que já não fazem sentido. Vivemos em função da urgência dos outros. Porque, no fundo, é disso que tudo se trata. O que fazemos com o tempo que nos foi dado? Quantas vezes fingimos que está tudo bem só pra evitar o custo emocional de uma decisão? Quantos ciclos já se encerraram, mas insistimos em sustentar?
Ninguém vai fazer por você o que só você pode fazer por você
É libertador saber que ainda dá tempo de dizer basta. De virar a chave. De reconquistar o que ainda pode ser vivido com mais verdade, mais presença, mais coerência.
Parar para escrever me ajudou a olhar para a minha própria vida sob outra perspectiva. O problema é que o dia a dia sufoca o óbvio. A gente esquece o básico. Esquece que não adianta comprar tempo se continua desperdiçando o que já tem. Que não adianta correr mais rápido se não sabe para onde está indo. Que produtividade sem direção é só cansaço. Que equilíbrio não é um estado permanente, é um ajuste constante entre ciclos. E que, para atravessar esses ciclos com verdade, é preciso uma coragem quase sobrenatural para fazer o que precisa ser feito, mesmo quando isso significa dizer não, mudar o rumo ou recomeçar.
Porque, no fim, tudo o que escrevi nessas publicações fala da mesma coisa: crescimento exige escolhas. E toda escolha tem um preço.
E falando em escolhas, talvez esse tenha sido o maior aprendizado de todos. É você contra você. É você por você. São suas escolhas diárias que ajudam ou sabotam o que você está tentando alcançar. E é esse compromisso consigo mesmo que separa quem só fala de quem realmente faz.
“Algumas pessoas querem que aconteça; outras desejam que aconteça; outras fazem acontecer.” - Michael Jordan
E isso não tem a ver com motivação. Tem a ver com responsabilidade. Com maturidade. Com a clareza de que ninguém pode te salvar de você mesmo. Que não dá pra terceirizar o próprio caminho. Que ser protagonista é assumir um preço.
É tempo de mudança
Tem hora que é preciso acelerar. Em outras, é preciso recuar. Tem hora que o foco precisa mudar. E, às vezes, tudo o que você precisa é silêncio. Não para parar. Mas para voltar a ouvir o que você está dizendo pra si mesmo.
Amanhã começa um novo ciclo para mim. Um ciclo que vai exigir intensidade total, mas desta vez, muito mais conectado com o que eu realmente acredito. Não é mais sobre correr por correr. É sobre correr na direção certa, com o time certo, pelos motivos certos. Sigo em campo com os olhos no jogo e os pés no chão, porque cada passo precisa fazer sentido. E, mais lúcido, sigo liderando com firmeza, sem abrir mão da paz e dos princípios que me mantêm inteiro por dentro.
Falei especificamente sobre isso em Quanto tempo você ainda tem para perder? quando citei que aquele era um dia de uma das decisões mais difíceis da minha vida. Por aqui, é tempo de mudança. Na próxima publicação, você entenderá melhor.
“Todos nós fazemos escolhas, mas no final, nossas escolhas nos fazem.” - Andrew Ryan
Hoje encerro por aqui. É hora de virar a página. Um novo jogo me espera. Eu estou pronto e vou com tudo, com foco absoluto, disciplina renovada e a intensidade de quem não volta atrás. Eu sei onde quero (e vou) chegar. Sei o preço que estou disposto a pagar. E não vou medir esforço. Não tenho tempo para brincar. O relógio já está correndo. Quem me conhece sabe: quando eu decido, não tem volta. E dessa vez, eu não voltei só pra jogar. Voltei pra ganhar.
THGD
Felipe Lomeu
Spoiler adicional: minha intuição me diz que também é hora de mudar o ângulo desses conteúdos. A partir da próxima publicação, começo a trazer reflexões sobre desenvolvimento pessoal e principalmente sobre negócios, com foco em Marketing, Vendas, Sucesso do Cliente, CRM, Growth, RevOps e Inteligência Artificial. Vou compartilhar histórias, cases, playbooks, frameworks e estratégias. Tudo o que tenho aplicado, na prática, para desenvolver negócios e acelerar resultados.