Por que agora?
Do palco para os bastidores: uma conversa franca sobre crescimento, escolhas e tudo que acontece longe dos holofotes.
Tem histórias que a gente vive por anos, mas só depois encontra coragem ou clareza para contar.
Durante muito tempo, eu acreditei que bastava fazer. Que era suficiente construir, entregar, acertar, errar, corrigir. Sempre fui mais de ir para o jogo do que ficar contando no que aconteceu na partida. Talvez tenha sido essa mesma urgência de seguir que me impediu, por tanto tempo, de dividir o que estava acontecendo nos bastidores.
Hoje isso muda.
Não porque eu precise me justificar. Nem porque quero ensinar alguém. Mas porque sei que tem muita gente vivendo dilemas parecidos com os que eu vivi e ainda vivo. Gente tentando crescer sem se perder.
De onde veio tudo isso
Minha história no digital começou cedo. Antes de pitch, antes de funil, antes mesmo da internet banda larga. Eu era só um garoto curioso, tentando entender como o mundo funcionava e como eu podia funcionar dentro dele. O empreendedorismo virou minha vida. A tecnologia, minha ferramenta. E o tempo, meu maior professor.
Comecei sem saber o que era capital, plano de negócios ou mercado-alvo. Não havia plano. Havia vontade. Curiosidade. Uma inquietação que não se acomodava. Eu queria transformar uma ideia em ação. Ver alguma coisa existir no mundo por causa de uma escolha minha. Às vezes dava certo. Muitas vezes, não. Mas mesmo quando não dava, eu continuava.
Passei anos construindo negócios e apagando incêndios. No começo, fazia tudo. Era a operação, o marketing, o financeiro, o comercial e, às vezes, até o jurídico. Eu tomava café com clientes e varria a sala da reunião. Dormia sentado com o notebook aberto e acordava com as pernas dormentes. Não havia glamour, só entrega. E, em muitos momentos, solidão.
Com o passar dos anos, fui acumulando vivência. Empreendi. Quebrei. Recomecei. Escalei. Contratei errado. Acertei no feeling. Deixei o ego guiar uma negociação. Depois aprendi a ouvir mais. Fui CEO, conselheiro, investidor, mentor. Tomei decisões com medo. Outras, com vaidade. Algumas, com calma. E nem todas com responsabilidade.
Vi negócios brilhantes ruírem por excesso de confiança. E ideias medianas virarem referência por consistência e repetição. Vi líderes brilhantes implodirem por dentro. E pessoas improváveis se revelarem quando ninguém mais acreditava. Vi sócios se afastando quando tudo começou a dar certo. E outros se unindo no pior momento das suas vidas. Eu mesmo vivi isso algumas vezes. Vi o quanto o jogo é técnico, mas também emocional. E o quanto é impossível separar uma coisa da outra.
Por que escrever agora?
Porque chega uma hora em que a gente entende que não basta mais fazer. É preciso compartilhar. Não para virar referência. Mas para devolver. Para provocar. Para abrir conversas que quase ninguém mais está disposto a ter e oferecer um ponto de vista de dentro do campo, não de fora.
Esse não é um espaço de palco. É o verdadeiro bastidor. É aqui que eu vou dividir o que quase ninguém tem coragem de compartilhar em um post ou podcast. Os erros que quase ninguém admite. As decisões que tiram o sono e as contradições que todo mundo vive. E também os acertos silenciosos que ninguém vê, mas que mudam o nosso jogo por dentro.
Quero falar do que venho aprendendo na prática. Liderando empresas, redesenhando estratégias, ajustando processos, refazendo contratos, trocando o time com o jogo em andamento. Mas também quero falar do que sustenta tudo isso quando ninguém está olhando. Das conversas difíceis com quem está ao seu lado. Do silêncio antes de uma decisão difícil. Da tensão entre crescer mais e viver melhor. Do dilema entre ser dono de uma operação maior ou ter paz em uma menor.
Quero dividir o que é ser responsável por uma decisão que vai afetar centenas de famílias, mesmo sem ter certeza se ela é a certa. O que é segurar a barra enquanto tenta manter a cultura viva. O que é acordar mais cedo para cuidar do filho e dormir mais tarde porque uma entrega atrasou. O que é liderar com a alma cansada, mas com a missão ainda acesa.
Quero, também, abrir conversas sobre as escolhas invisíveis. Sobre tudo aquilo que a gente precisa abrir mão para continuar fiel àquilo que importa. Sobre os dias em que a coragem parece pequena e as dúvidas grandes demais. Sobre a pressão silenciosa de manter as coisas de pé enquanto por dentro tudo pede pausa. E sobre o privilégio (e o fardo) de ser alguém que inspira, mesmo quando está se reconstruindo.
O que (quase) ninguém fala
Essa newsletter é um espaço para quem está no jogo de verdade. E sabe que ele muda o tempo todo. Nos últimos anos, muita coisa mudou na forma como a gente constrói negócios. A tecnologia acelerou tudo. O marketing virou automação. O comercial virou CRM. A gestão virou painel de dados. E tudo isso é incrível, mas não é suficiente.
Porque no fim do dia, ainda é sobre gente. Gente que sonha, que investe, que contrata, que demite, que aposta. Gente que sente medo, que precisa decidir rápido, que lida com pressão, que segura expectativas e que, ainda assim, precisa sorrir em para todos como se nada tivesse acontecendo.
E ninguém ensina como fazer isso sem se quebrar por dentro.
Você não vai encontrar aqui um manual de instruções. Nem um conjunto de verdades absolutas. Vai encontrar perspectiva. E talvez algumas perguntas melhores para se fazer quando tudo parece difícil demais. Vai encontrar falhas reais e as dores que, sim, são legítimas. Mas também aprendizados sólidos que vieram da vida, não da teoria. E, com sorte, alguma clareza sobre o que realmente importa no meio de tanto barulho que nos cerca.
O que aprendi entre um tombo e outro
Já tive fases em que a empresa crescia e eu diminuía como pessoa. Já comemorei faturamento recorde em dias que não conseguia olhar nos olhos da minha família. Já entreguei planos incríveis para clientes enquanto travava batalhas internas que ninguém via. Já fingi confiança em reuniões onde, por dentro, só havia dúvida. E em quase todas essas fases, eu guardei para mim.
Eu prometo escrever com verdade.
Quero falar sobre as partes que não aparecem nos bastidores editados. Sobre o impacto da vaidade nas escolhas. Sobre como a ansiedade disfarçada de ambição corrói decisões. Sobre como a pressa de acertar pode afastar as perguntas que realmente importam. Sobre como crescer rápido sem crescer por dentro é uma armadilha que custa caro e quase sempre cobra em silêncio.
Quero também dividir o que venho aprendendo sobre desenvolvimento pessoal e profissional, sobre produtividade e inteligência artificial. Mas mais do que falar desses temas, quero falar de discernimento. Porque sem clareza, o aprendizado traz ruído. E tem hora que o que falta não é velocidade ou profundidade. É direção.
Também quero falar sobre fé. Sobre propósito. Sobre a espiritualidade como estrutura. Sobre o que mudou desde que comecei a me conectar com algo maior do que eu mesmo. Não com o discurso de quem tem as respostas, mas com o respeito de quem está aprendendo a fazer perguntas melhores.
Quero falar, ainda, sobre a travessia emocional de empreender. Sobre a frustração que vem quando você sabe que deu tudo de si e ainda assim não foi suficiente. Sobre o silêncio dos dias ruins, quando ninguém liga para perguntar se você está bem. Sobre a dúvida que insiste em aparecer, mesmo com tudo em ordem. E sobre a beleza de continuar mesmo assim.
Porque no fim, é isso que nos move.
Para quem é esse espaço
Essa newsletter é para quem está construindo algo com intenção. Para quem lidera com pressão, mas também com presença. Para quem está cansado de fórmulas genéricas e quer ouvir o que realmente acontece na prática. Para quem não quer apenas mais um conteúdo que ensina, mas uma conversa que provoca, confronta e, de alguma forma, conecta.
Se você está tocando um negócio, liderando um time ou simplesmente tentando encontrar sentido na jornada, bem-vindo.
Esse espaço é sobre isso. Sobre quem constrói mesmo sem mapa. Sobre quem segura a barra sem perder a sensibilidade. Sobre quem ainda acredita que dá para crescer com profundidade, e não só com pressa. Sobre quem sabe que resultado é bom, mas liberdade é melhor. E que nem todo sacrifício vale a pena.
Talvez você se veja em alguma linha. Talvez discorde de outra. Está tudo bem. A troca só faz sentido se for honesta. E se a caminhada for feita com o mínimo de verdade.
THGD
Felipe Lomeu