Você está pronto para o próximo nível?
O próximo nível não é para quem quer. É para quem está pronto.
Todo mundo diz que quer crescer. Mas poucos estão realmente dispostos a pagar o preço. Crescer pode significar deixar para trás coisas que funcionaram até agora, mas que não vão te levar mais longe. É abrir mão de conforto e dos prazeres imediatos para construir algo que, talvez, se tudo der certo, só dará frutos daqui a anos. É suportar a escuridão do caminho para onde você está indo. É escolher um caminho que quase ninguém entende.
O próximo nível é mais seletivo do que parece. Ele não escolhe pelo talento. Ele escolhe pela consistência. Ele não pergunta o quanto você quer ou está disposto. Ele pergunta o quanto você está pronto.
Estar pronto é suportar dias em que nada parece acontecer. É manter o foco quando tudo à sua volta tenta te empurrar para desistir. É continuar por você, para você. É tomar decisões que podem custar tudo que você conquistou.
O próximo nível não é para qualquer um. Ele testa o seu preparo físico, a sua clareza mental e a sua força emocional. Ele mede a sua capacidade de se reconstruir dia após dia. Ele separa quem joga para jogar de quem joga para vencer.
E, se você não estiver pronto, você será destruído. Pelo jogo. Pelas pessoas. Pelo seu corpo. Pela sua mente. Por tudo e por todos.
Protagonista do próprio crescimento
Você pode ter um ambiente favorável, mentores, referências, um time inteiro ao seu lado. Mas ninguém vai atravessar a linha por você. Ninguém vai acordar mais cedo, se preparar melhor e executar por você. Crescer é uma decisão solitária e intransferível. Se você não assumir o papel de protagonista do seu próprio desenvolvimento, vai passar a vida no mesmo lugar.
Ninguém vai fazer por você o que só você pode fazer. Esperar que as circunstâncias se alinhem ou que alguém abra a porta perfeita é a maneira mais eficiente de se manter parado.
O próximo nível não vem até você. Você é quem precisa ir até ele. É você quem cria as condições para chegar lá. É você quem escolhe se expor ao desconforto, fazer mais do que é necessário, buscar oportunidades que, para quem está olhando de fora, podem parecer improváveis ou até mesmo, como muitos diriam, impossíveis.
Como disse Will Smith: “Basta decidir o que vai ser, quem você vai ser e como vai fazer isso”. Depois dessa decisão, queime as pontes. Não volte atrás.
A obsessão que separa os vencedores
Chegar até onde você chegou pode ser fruto do seu esforço, de oportunidades bem aproveitadas e até um pouco de sorte. Mas para romper a barreira atual, é preciso entrar em um estado de obsessão. Não falo de um desequilíbrio aleatório, mas da clareza absoluta sobre a prioridade que esse próximo passo ocupa na sua vida.
Você precisa estar tão comprometido que, mesmo nos dias em que não há motivação, a disciplina sustentará o ritmo. Vai haver noites mal dormidas, alimentação desregulada e cansaço acumulado. Manter a saúde física e mental nesse cenário é uma linha tênue que poucos sabem equilibrar. Quem não entende essa dinâmica costuma criticar ou romantizar o processo. Quem está dentro sabe que, às vezes, não há escolha perfeita, apenas a possível.
“Existem durante nossa vida, sempre dois caminhos a seguir: aquele que todo mundo segue e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser mais seguro, o mais confiável, o menos crítico, o que você encontrará mais amigos… mas, você será apenas mais um a caminhar. O segundo, com certeza vai ser o mais difícil, mais solitário, o que você terá maiores críticas; mas também, o mais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.” - Ayrton Senna
Essa obsessão é o que separa bons jogadores de campeões. É a linha invisível entre participar do campeonato e ser protagonista da próxima divisão. Eu passei anos me preparando para estar na Champions League. E, de alguma maneira, eu posso afirmar que cheguei. Mas não cheguei como favorito. Entrei como o underdog, aquele que ninguém esperava ver ali. Aqui, cada jogo é uma prova de fogo. Cada erro tem custo alto. Não há espaço para descanso, nem para conforto. Não há intervalo seguro, não há espaço para respirar. É guerra, todo dia. E tudo bem. Porque conforto nunca foi o que eu busquei. Eu só levanto da cama se for para vencer.
Não confunda estar no jogo com estar pronto
Subir de nível não significa apenas ocupar um novo espaço. Significa ter a capacidade de se manter e evoluir ali. Alguns poucos chegam, menos ainda são aqueles que permanecem.
É como um campeonato. Ganhar na 3ª divisão não garante que você está pronto para sobreviver na 2ª divisão. E mesmo que você consiga se manter na 2ª divisão, pouquíssimos estarão prontos para competir, e menos ainda para vencer, na 1ª divisão. Cada mudança de divisão exige não só novas habilidades, mas também uma mentalidade e um comportamento diferentes. E, acima de tudo, exige coragem de se reinventar, redesenhando o próprio jogo enquanto aprende a suportar a pressão constante de enfrentar adversários mais preparados que você.
Estar pronto exige antecipar o que será cobrado no novo contexto e se preparar antes mesmo de chegar lá. Isso implica abrir mão de ciclos antigos e até de resultados que funcionaram bem até aqui. Quem insiste em levar o jogo anterior para a nova divisão geralmente não dura muito tempo.
“Nada é difícil se for dividido em pequenas partes.” - Henry Ford
A chave para se preparar para o próximo nível precisa de estratégia. Não é sobre saltos impossíveis, mas sobre quebrar o desafio em partes e vencer cada uma delas, uma de cada vez.
O próximo nível é uma escolha diária
O próximo nível vai testar a sua capacidade de resistir quando tudo parece empurrar você para fora do jogo. Vai haver críticas, incompreensão e momentos em que até quem está mais próximo não vai entender suas escolhas.
É nessas horas que desistir parece razoável. Mas se você já decidiu que chegar lá é inegociável, não há alternativa. Desistir pode ser fácil, mas é a forma mais rápida de voltar ao lugar de onde você passou anos tentando sair.
“Se você pode sonhar, você pode fazer.” - Walt Disney
Entre sonhar e fazer existe um território hostil. É ali que coragem, paciência e resistência são testadas todos os dias. É ali onde muitos ficam pelo caminho. Quem sobrevive entende rápido que não se trata de grandes feitos isolados ou acontecimentos extraordinários, mas de repetir as escolhas certas, mesmo quando nada parece acontecer. É manter a disciplina nos dias bons e, principalmente, nos ruins. É fazer o que precisa ser feito. O próximo nível é construído nos detalhes.
No fim, o jogo não se ganha no dia da final. Ele se ganha na consistência do que você constrói e na capacidade de pagar o preço sem a certeza de que vai dar certo ou que vai valer a pena.
A verdade é que a maior competição é contra você mesmo. É sobre vencer a sua própria preguiça, o seu medo, as suas desculpas e a sua tendência a se sabotar. É sobre superar o ontem para estar mais preparado amanhã. Quem entende isso para de medir o sucesso pelo placar dos outros e começa a jogar para se tornar a melhor versão possível de si mesmo.
O próximo nível não é para quem quer. É para quem está pronto. Pronto para abrir mão do que é confortável. Pronto para carregar o peso que vem junto com a autoridade. Pronto para mudar a forma de pensar e agir, mesmo que doa. O próximo nível é seletivo. Ele não se impressiona com o que você fez antes, apenas com o que você é capaz de fazer e entregar agora.
No fim, o próximo nível só quer saber: você está pronto?
THGD
Felipe Lomeu